(Tomar, 1906 – Parede, 1994)
Compositor português, formou-se no Conservatório de Lisboa, estudando piano com Viana da Mota e composição com Tomás Borba
É autor de uma vasta produção, na qual conecta o interesse pelo patrimônio folclórico camponês de Portugal com as pesquisas de linguagem pós-tonal.
Ferrenho opositor do Estado Novo de Salazar, sofreu constante controle e repressão por parte do regime. Em 1931, foi impedido de assumir um cargo de professor para o qual tinha sido aprovado no Conservatório de Lisboa, e em 1936 foi preso. Em 1937, exilou-se em Paris, mas dois anos depois regressou a Portugal. Realizou atividades como crítico musical e teatral e como tradutor. Em 1941, começou a ensinar na Academia de Amadores de Música de Lisboa. No ano seguinte, fundou a Associação Sonata, para desenvolver o conhecimento da música contemporânea.
Aderiu ao Partido Comunista e em 1945 e estava entre os líderes do Movimento de Unidade Democrática. Entraria em polêmica com os líderes do Partido Comunista, quando, depois de 1948, viu ser imposta a linha do realismo socialista, que representava um apelo aos artistas e intelectuais contra o movimento experimental acusado de formalista. Em 1954, foi cesurado ainda mais pelo regime, o que lhe dificultou a possibilidade de ensinar mesmo em instituições privadas.
A Revolução dos Cravos celebrou Lopes-Graça como um dos pais da pátria. Foi nomeado presidente da Comissão de Reforma do Ensino da Música.
Faleceu em Parede, em 1994.